Que tal receber R$ 100 mil para passar dois meses deitado?

Voluntários recebem quase R$ 100 mil para passar 60 dias deitados, testando os efeitos do exercício físico em ambiente simulado de gravidade zero

A possibilidade de contribuir para decifrar os enigmas do universo, permanecendo confortavelmente deitado e ainda recebendo uma generosa quantia para isso, parece um convite difícil de recusar. Foi exatamente isso que 12 corajosos voluntários aceitaram fazer na França.

O objetivo? Entender como nosso corpo responderia ao ato de pedalar no espaço.

Realizado sob os cuidados da Agência Espacial Europeia, o estudo está pagando a cada voluntário a soma de 18 mil euros (cerca de R$ 100 mil) para passar 60 dias completamente deitados.

Até mesmo para as refeições, eles podem inclinar-se apenas minimamente, mantendo pelo menos um ombro em contato com a cama.

Desde sua fundação em 1975, a agência se dedica a explorar os vastos confins do espaço. Por meio de experimentos imersivos como este, busca garantir a segurança de suas tripulações em futuras missões espaciais.

O atual estudo pretende entender as possíveis consequências que o ciclismo poderia causar ao corpo humano em ambiente de gravidade zero. Para isso, os voluntários foram divididos em três grupos: um não pedala; outro pedala durante 30 minutos diariamente; e o último grupo combina ciclismo com giros em uma centrífuga. Todos realizam suas atividades sempre deitados.

Os participantes são monitorados 24 horas por dia, contando inclusive com suporte psicológico. Efeitos já são esperados. Segundo a pesquisadora-chefe, estudos anteriores mostraram impactos na densidade óssea, força muscular e na funcionalidade cardíaca. “Fisicamente, notamos que os músculos tornaram-se mais flexíveis”, relata um dos voluntários.