Com a extinção do programa de incentivo ao carro popular, a demanda por veículos novos desacelera na Volkswagen.
A Volkswagen anunciou a suspensão da produção em três de suas quatro fábricas no Brasil, em resposta ao término do programa do carro popular do governo, que tinha como objetivo estimular a demanda no setor automotivo. As fábricas afetadas estão localizadas em Taubaté, São Bernardo do Campo e São José dos Pinhais.
Essa medida veio no mesmo dia em que os R$ 500 milhões destinados ao programa de incentivo se esgotaram, levantando dúvidas sobre a continuidade do ímpeto dos compradores sem o auxílio governamental.
A fábrica da Volkswagen em São Carlos, interior de São Paulo, continuará operando devido aos contratos de exportação que a empresa possui com outras unidades no exterior.
A Volkswagen justificou a suspensão da produção como uma resposta à “estagnação do mercado”, sugerindo que os incentivos governamentais não conseguiram efetivamente reverter a situação desfavorável do setor automotivo brasileiro.
Alexander Seitz, CEO da Volkswagen na América Latina, atribuiu a queda na demanda à antecipação das compras pelo varejo e à exclusão das vendas para empresas, particularmente as locadoras de veículos, que foram preteridas nos descontos do programa.
As locadoras, que geralmente compram grandes volumes de veículos, foram temporariamente impedidas pelo governo de adquirir carros com desconto. Com essa redução na demanda, o mercado de automóveis sofreu uma queda significativa. No entanto, espera-se que essas empresas retomem suas compras em breve para reabastecer suas frotas, o que também deve impactar o mercado de seminovos.
Seitz também alertou que, com o fim dos descontos, as montadoras podem enfrentar problemas de estoque e serem forçadas a fazer cortes temporários na força de trabalho.
As unidades da Volkswagen em Taubaté e Paraná paralisarão suas atividades de 26 a 30 de junho, enquanto a fábrica de Anchieta interromperá a produção a partir de 10 de julho.