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Justiça proíbe livro sobre Suzane von Richthofen

O livro seria publicado em janeiro e narra a história de Suzane von Richthofen, condenada por ter planejado o assassinato dos pais.

A Justiça proibiu, por meio de uma liminar, a publicação, a veiculação, a distribuição e a comercialização do livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”.

O livro, de autoria do jornalista Ulisses Campbell, seria publicado em janeiro, pela editora Matrix.

A obra conta a história de Suzane von Richthofen, condenada por ter planejado o assassinato dos pais, em 2002.

Se a liminar for descumprida, a punição será multa diária de cinco salários mínimos (R$ 4.490).

Segundo a juíza, Sueli Zeraik de Oliveira Armani, do Tribunal de Justiça de São Paulo, Suzane von Richthofen diz nunca ter tido contato com o autor da obra e conta ter sido perseguida e insistentemente assediada por Campbell nas saídas temporárias a que teve direito.

A decisão da juíza visa “a proteção contra qualquer forma de sensacionalismo”.

Outro ponto que pesou para a liminar ser concedido, foi o fato de que algumas informações e dados do livro não podem ser revelados.

“A divulgação de dados relativos a processo judicial em segredo de justiça caracteriza abuso do direito-dever de informar”, escreveu a magistrada.

O outro lado

O advogado Alexandre Fidalgo, que defende Ulisses Campbell, disse que a decisão da juíza se choca com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2015, por unanimidade, o STF liberou as biografias não autorizadas, pois, para o Supremo, a exigência de autorização representa uma forma de censura.

“A juíza está proibindo um livro. Isso é censura prévia, porque ela não sabe o que será escrito nem qual será o conteúdo”, declarou o advogado à Folha de S.Paulo.

O proprietário da editora Matrix, Paulo Tadeu, também classificou a decisão como censura.

A juíza não conhece o livro para tomar a decisão. Ela se baseou em uma entrevista.

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