O novo estudo pode levar a melhores tratamentos para a esquizofrenia, um distúrbio cerebral caracterizado por delírios e alucinações.
O papel da dopamina, conhecida como o hormônio da felicidade, na esquizofrenia tem sido objeto de curiosidade científica por mais de 70 anos.
Agora, pesquisadores do Lieber Institute for Brain Development (LIBD) afirmam ter desvendado essa conexão desafiadora, de acordo com o site SciTechDaily.
A nova descoberta poderia levar a melhores tratamentos para a esquizofrenia, uma doença cerebral muitas vezes devastadora, marcada por pensamentos delirantes, alucinações e outras formas de psicose.
Os especialistas encontraram evidências físicas de que as células neuronais não conseguem controlar com precisão os níveis de dopamina ao explorar a expressão de genes no núcleo caudado, uma região do cérebro relacionada à tomada de decisões emocionais.
Também identificaram o mecanismo genético que controla o fluxo de dopamina. Essas descobertas foram publicadas na revista Nature Neuroscience.
“Esta é a primeira evidência de que o hormônio é um fator causador da esquizofrenia”, disse Daniel R. Weinberger, co-autor do estudo e diretor-executivo do Lieber Institute.
Os cientistas analisaram centenas de cérebros doados ao Instituto, pertencentes tanto a indivíduos com esquizofrenia quanto sem a doença psiquiátrica. Eles se concentraram no núcleo caudado, uma parte do cérebro que é crucial para a aprendizagem e que possui o maior suprimento de dopamina do cérebro.
Os pesquisadores também estudaram uma região do genoma humano associada ao risco de esquizofrenia, que contém os genes para os receptores de proteína que respondem à dopamina.
A investigação revelou que um subtipo do receptor de dopamina, chamado autorreceptor, controla a quantidade de dopamina liberada do neurônio pré-sináptico. Quando os autorreceptores são comprometidos, o fluxo de dopamina no cérebro não é bem controlado, resultando em um fluxo excessivo de dopamina.
Os pesquisadores do Lieber concluíram que a redução da expressão desse autorreceptor no cérebro explicaria a evidência genética de risco de doença, apontando para um papel excessivo da dopamina na psicose.
Esta descoberta fornece fortes evidências de que o mistério da ligação entre dopamina e esquizofrenia finalmente foi resolvido.