A lendária banda de rock driblou as regras das emissoras de rádio na década de 60, desafiando a norma de tempo das músicas transmitidas.
Em um tempo onde o rádio era a plataforma primordial para a divulgação de novos talentos e suas canções, era comum as bandas lançarem versões mais curtas de suas músicas para se adequar ao tempo limitado das programações. No entanto, nem todas as bandas estavam dispostas a fazer concessões em sua arte. Entre essas rebeldes, destacava-se o Led Zeppelin.
O quarteto britânico, ao invés de compactar suas faixas para se adequar aos padrões, optou por um caminho audacioso: enganar os disc jockeys. Segundo a Far Out Magazine, a banda engendrou uma verdadeira peça de subversão ao lançar a faixa “How Many More Times”, do primeiro álbum. Embora a música dure mais de 8 minutos, a contracapa do disco sinalizava que a duração era de apenas 3 minutos e meio.
Essa estratégia visava enganar os apresentadores desavisados e conseguir que a faixa fosse transmitida na íntegra, mesmo não sendo um típico sucesso “radio friendly”. Apesar de não ter se tornado um hit, “How Many More Times” tornou-se uma presença frequente nos shows da banda, com um total de 181 execuções ao vivo, tornando-se a 11ª música mais tocada na história do Led Zeppelin.
Essa canção, que encerra o álbum “Led Zeppelin I” (1969), é uma das poucas onde o guitarrista Jimmy Page usa um arco de violino em sua guitarra, trazendo um toque único para a faixa. Algumas ideias para o arranjo da canção datam do tempo em que Page fazia parte da banda The Yardbirds. O título “How Many More Times” é uma homenagem à canção “How Many More Years” do lendário bluesman Howlin’ Wolf, lançada em 1951.
A atitude rebelde e criativa do Led Zeppelin em driblar as normas das rádios é mais um exemplo da audácia e inovação que a banda trouxe para o mundo do rock, mostrando que a arte não precisa se adequar às limitações, mas pode encontrar maneiras inteligentes de superá-las.