Enchente causa alagamentos e mortes em cidades do interior do Rio Grande do Sul
O estado do Rio Grande do Sul enfrentou fortes chuvas e uma enchente devastadora nos últimos dias, causando alagamentos e preocupação nas cidades do interior.
O governador Eduardo Leite informou nesta quarta (6) que subiu para 31 mortes após a passagem de um ciclone extratropical na segunda-feira (4), com a cidade de Muçum sendo a mais afetada, registrando 15 óbitos.
A Defesa Civil estadual mobilizou o Corpo de Bombeiros Militar para realizar vistorias nas residências da cidade, resultando na descoberta de 15 corpos nesta terça-feira (5). Além disso, outras seis mortes foram confirmadas em cidades do Norte do RS durante esse período.
Os alagamentos e os estragos causados pelas chuvas intensas afetaram mais de 50 cidades, com registros de fortes rajadas de vento e aumento no nível dos rios. Como resultado, muitas pessoas ficaram desabrigadas.
Uma morte ocorreu durante uma operação de resgate em Lajeado, quando um policial militar e uma idosa caíram no Rio Taquari após o cabo que os sustentava se romper. Infelizmente, a idosa não resistiu, enquanto o policial foi resgatado em estado grave.
Em Santa Catarina, um homem perdeu a vida quando o carro em que estava foi atingido por uma árvore durante a tempestade, que trouxe ventos de até 110 km/h. Outras três pessoas ficaram feridas em Balneário Camboriú e Itajaí, no Litoral Norte.
Segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil do RS, há 426 desabrigados e 215 desalojados. As regiões mais afetadas são o Norte, a Serra e o Vale do Taquari.
O ciclone extratropical se formou a partir de um sistema de baixa pressão que provocou chuvas intensas e ganhou força ao se deslocar em direção ao oceano.
Para os próximos dias, a previsão é de que a frente fria avance em direção a São Paulo, enquanto o ciclone extratropical se afasta do Brasil. No entanto, ainda pode haver rajadas de vento de até 100 km/h nas áreas mais elevadas da Serra antes de diminuir durante a tarde.
Diversas cidades foram atingidas pela enchente, e algumas delas sofreram danos significativos:
- Roca Sales: A cidade enfrentou uma enchente grave, levando a prefeitura a solicitar que os moradores subissem nos telhados de suas casas durante a madrugada. O auxílio profissional só seria possível nas primeiras horas da manhã.
- Muçum: O prefeito Mateus Trojan fez um vídeo pedindo que os moradores de áreas alagadas deixassem suas casas e procurassem abrigo. O Rio Taquari está previsto para atingir um nível de até 25 metros, o maior da história da cidade. Equipes de resgate, incluindo Corpo de Bombeiros Militar e Brigada Militar, trabalharam incansavelmente para salvar as pessoas ilhadas pela água que subiu rapidamente.
- Farroupilha e Nova Roma do Sul: Uma ponte de ferro desabou com a força da correnteza no Rio das Antas, entre as duas cidades.
Outras cidades também enfrentaram problemas, como Santo Cristo, Coqueiros do Sul, Cruz Alta, Cachoeira do Sul, São Jorge, Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Nova Bassano. Casas foram danificadas, galpões foram destelhados e houve alagamentos em algumas regiões.
A situação é preocupante e exige ação imediata. O presidente Lula anunciou que o chefe da Defesa Civil estará no Rio Grande do Sul para coordenar os esforços de ajuda às áreas afetadas. Os helicópteros da Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal serão utilizados nas operações de apoio aos municípios atingidos.
A Defesa Civil estadual continua monitorando os riscos hidrológicos e prestando assistência humanitária conforme necessário. É fundamental que todos permaneçam atentos às orientações das autoridades e busquem abrigo seguro caso necessário.
O momento é de solidariedade e união para enfrentar essa crise. A população do Rio Grande do Sul pode contar com o apoio do governo e das equipes de resgate para superar essa situação difícil.