Estabelecimentos removem canção popular de Sinatra do catálogo após série de episódios violentos ligados à música.
O karaokê é uma forma popular de entretenimento nas Filipinas, mas uma música em particular, ‘My Way’ de Frank Sinatra, tem uma história sombria. Segundo o The New York Times, pelo menos seis assassinatos ocorreram em karaokês filipinos durante a década de 2000, todos ligados à música.
Em alguns casos, a música foi banida de certos estabelecimentos de karaokê para evitar confrontos violentos.
A série de incidentes, conhecidos como “assassinatos de My Way”, começou a chamar a atenção da mídia quando Romy Baligula, de 29 anos, foi baleado por um segurança do karaokê em San Mateo em 2007.
Baligula estava cantando ‘My Way’ e foi interrompido pelo segurança, que disse que ele estava cantando fora do tom. O confronto resultou em Baligula sendo baleado no peito e morrendo no local.
Outro caso notável ocorreu em 2018, quando Jose Bosmion foi esfaqueado até a morte por um vizinho durante uma briga em seu aniversário de 61 anos em Dipolog City.
A discussão começou depois que Bosmion contestou o vizinho que estava cantando ‘My Way’ no karaokê.
O professor Roland B. Tolentino, da Universidade das Filipinas, tentou explicar o fenômeno, sugerindo que “as Filipinas têm uma sociedade muito violenta, então o karaokê só desencadeia o que já existe lá quando certas regras sociais são quebradas”.
Butch Albarracin, dono de uma escola de música em Manila, acredita que a letra de ‘My Way’, que tem um tom de orgulho e arrogância, pode ser um gatilho para a violência.
Por outro lado, a pesquisadora em etnomusicologia Mary Talusan Lacanlale sugere que o sensacionalismo em torno dos assassinatos de ‘My Way’ pode ter exagerado o fenômeno.
A explicação pode ser mais simples: a música é uma das mais populares nos karaokês e, por isso, é mais provável que incidentes de violência ocorram enquanto ela está sendo cantada.
Independente das teorias, se estiver em um karaokê nas Filipinas, pode ser uma boa ideia evitar cantar ‘My Way’.