Em meio a crise histórica, presidentes se encontram para tentar encontrar soluções que deem fôlego ao país em ano eleitoral.
Nesta terça-feira (2), os presidentes da Argentina e do Brasil se encontraram para discutir alternativas econômicas para a crise que atinge a Argentina.
Em um encontro que envolveu também as equipes econômicas dos dois países, Alberto Fernández e Lula buscaram soluções que possam dar algum fôlego à economia argentina em um ano eleitoral.
O principal objetivo da reunião foi encontrar maneiras de ajudar os argentinos, principalmente por meio de linhas de financiamento aos exportadores brasileiros, seja via BNDES ou bancos comerciais.
No entanto, um dos entraves é a garantia que os importadores argentinos podem dar para as operações de compra, já que títulos argentinos não são considerados ativos seguros.
Uma das possibilidades discutidas foi o uso do banco dos Brics, que é presidido por Dilma Rousseff. No entanto, a instituição não financia países que não fazem parte do grupo, formado por China, Rússia, Índia e África do Sul. Para alterar as regras e permitir a ajuda ao país vizinho, seria necessário tempo e um esforço conjunto de Brasil e China.
Outra possibilidade discutida no passado, durante a gestão de Lula, foi a realização de operações de swap cambial para garantir o comércio entre os dois países. No entanto, como a operação envolvia títulos públicos dos dois países, o Banco Central brasileiro não concordou.
A crise econômica que atinge a Argentina é histórica e o país negociou com o FMI um pacote de resgate de US$ 44 bilhões. A desvalorização recente do peso acelerou a crise, aumentando a inflação e o medo de uma maxidesvalorização, que seria um desastre ainda maior para o atual presidente em termos políticos. Além disso, a seca extrema que atingiu o país impactou a produção agrícola e, consequentemente, suas exportações e entrada de dólares.
O encontro entre os presidentes da Argentina e do Brasil foi uma tentativa de encontrar soluções para a crise que atinge o país vizinho.
Apesar de ser um paliativo para a situação, a ajuda brasileira pode ser importante para dar algum fôlego à economia argentina em um ano eleitoral.