Brasil investiga morte por gripe suína no Paraná

Trata-se do primeiro caso de infecção humana por gripe suína causada pelo vírus influenza H1N1 relatada em 2023 no Brasil.

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), por meio de seu Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais, está investigando a morte de uma mulher de 43 anos, ocorrida no Paraná, provocada pela gripe suína. A vítima residia nas proximidades de uma fazenda de criação de porcos, situada na região oeste do Estado.

O diagnóstico inicial do tipo de vírus, o A/H1, foi efetuado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), localizado na capital do Paraná. Posteriormente, o laboratório da Fiocruz confirmou que a vítima havia sido infectada pela variante do H1N1.

De acordo com a Fiocruz, a mulher, que tinha um diagnóstico prévio de câncer, residia em uma região próxima à uma fazenda de suínos. Ela começou a apresentar os sintomas, como febre, dor de cabeça, dor de garganta e dor abdominal, no dia 1º de maio. Dois dias após, ela foi hospitalizada devido a uma infecção respiratória aguda grave. Infelizmente, no dia 5, após ser transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a paciente não resistiu à doença.

Os pesquisadores da Fiocruz esclareceram que o vírus H1N1, causador da gripe suína, não tem relação com o vírus H5N1, que acomete predominantemente aves. Ate o momento, não há casos registrados de infecção pelo H5N1 em humanos no Brasil. Marilda Mendonça, chefe do laboratório da Fiocruz, ressaltou em nota que “O vírus detectado no Paraná é outro, trata-se do H1N1 variante”.

Este é o primeiro caso de infecção humana por gripe suína ocasionada pelo vírus influenza H1N1 registrado em 2023 no Brasil, sendo o terceiro caso documentado no Paraná – os anteriores ocorreram em 2021 e 2022.

As investigações epidemiológicas revelam que, apesar de a vítima viver próximo a uma fazenda de porcos, ela não teve contato direto com os animais. No entanto, dois indivíduos próximos a ela trabalhavam na fazenda, mas ambos testaram negativo para gripe suína e não desenvolveram qualquer doença respiratória. Até o presente momento, não foram identificados casos de transmissão de humano para humano associados a este caso.

O episódio foi comunicado ao Ministério da Saúde e à Organização Mundial da Saúde (OMS). A amostra será encaminhada ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) para análises adicionais.