Entre junho e dezembro de 2023, o Brasil será palco de um experimento que pode revolucionar o futuro do trabalho no país e além.
Entre junho e dezembro de 2023, o Brasil será palco de um experimento que pode revolucionar o futuro do trabalho no país e além.
A terra do samba e do futebol está prestes a embarcar em uma nova e intrigante jornada: a adoção da semana de trabalho de quatro dias. No palco deste experimento, de junho a dezembro de 2023, estarão a organização sem fins lucrativos 4 Day Week e a Reconnect Happiness at Work, com sede no Brasil.
Começando em junho e julho, a Reconnect estará aberta a todas as empresas interessadas em participar deste experimento transformador. Sem restrições ou barreiras – tamanho da equipe, setor ou localização – qualquer empresa interessada pode se inscrever preenchendo um formulário disponível no site da 4 Day Week.
A estrutura do experimento é um modelo 100-80-100: remuneração integral para 80% do tempo de trabalho tradicional, mantendo 100% da produtividade. A ideia é analisar o estresse dos trabalhadores, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, os resultados financeiros e a rotatividade dos funcionários.
A metodologia para este experimento foi cuidadosamente elaborada pela renomada universidade americana Boston College. A intenção é garantir a acurácia dos dados, permitindo que as empresas avaliem os benefícios de adotar uma semana de trabalho de quatro dias.
Renata Rivetti, diretora da Reconnect e especialista em felicidade corporativa, acredita que um dos desafios é quebrar o mito de que a produtividade está diretamente ligada ao número de horas trabalhadas. Ela argumenta que a redução da semana de trabalho pode resultar em uma força de trabalho mais engajada e satisfeita, o que por sua vez poderia levar a uma melhor retenção e atração de talentos.
Com dados alarmantes sobre a saúde mental dos trabalhadores emergindo de pesquisas realizadas pela consultoria McKinsey, a proposta da semana de trabalho de quatro dias poderia ser uma solução eficaz. Segundo a McKinsey, os funcionários que enfrentam desafios de saúde mental são quatro vezes mais propensos a sair da empresa e duas vezes mais propensos a se desengajar.
Este experimento não é o primeiro de seu tipo. Os Emirados Árabes Unidos, o Reino Unido, a Bélgica, a Islândia, a Suécia e a Espanha já embarcaram em experimentos semelhantes, com resultados variados. No entanto, um ponto comum entre todos é a evidência de que um equilíbrio mais saudável entre trabalho e vida pessoal pode ser alcançado.
Os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil durante este experimento. O resultado poderá não só moldar o futuro do trabalho no Brasil, mas também influenciar a maneira como o mundo vê a semana de trabalho tradicional. Uma revolução poderia estar a caminho – tudo graças a uma semana de trabalho mais curta.