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Falha em proteína celular pode ser a chave para desenvolvimento do câncer

Foto: Reprodução / Getty Images

Pesquisadores de Harvard desvendam como a falha em uma proteína celular pode ser a chave para o desenvolvimento de células tumorais.

A Escola de Medicina de Harvard conduziu uma pesquisa inovadora que aponta a falha na proteína CDK13 como um possível fator para o desenvolvimento de células cancerígenas. A descoberta, publicada na revista Science, marca um avanço significativo no entendimento da origem de alguns tipos de câncer.

A cada dia, o corpo humano produz milhares de novas células. Neste processo, é comum que ocorram mutações, mas mecanismos internos atuam na correção dessas falhas, evitando que sejam replicadas ou que se multipliquem.

Entretanto, por razões genéticas ou devido à exposição a certos ambientes ou produtos, esse controle pode ser perdido, levando ao desenvolvimento de um câncer.

Embora a ciência médica já tenha uma variedade de hipóteses e respostas para a origem e o tratamento de alguns tipos de câncer, a equipe de Harvard trouxe à luz um novo elemento nesse complexo quebra-cabeças.

Através de estudos com o peixe-zebra, a professora e pesquisadora Megan Insco identificou a acumulação de pequenas sequências de RNA nas células. Segundo Insco, esses pequenos fragmentos de RNA são o subproduto de erros no processo de multiplicação celular, que normalmente são eliminados pela ação da proteína CDK13.

Esta proteína funciona como uma espécie de policial celular. Quando identifica um excesso de resíduos genéticos, aciona outra proteína, a ZC3H14, que convoca células adicionais para realizar a limpeza. Insco compara a falha na CDK13 a um aspirador de pó com defeito, incapaz de eliminar a sujeira.

Através da análise de amostras de células tumorais, a equipe descobriu que 21% dos cânceres do tipo melanoma apresentaram deficiências na CDK13. Além disso, outros tipos de câncer, como câncer de pulmão de pequenas células, câncer de endométrio, adenocarcinoma de cólon e câncer de pele não melanoma, também revelaram falhas na mesma proteína.

Os achados foram consistentes em amostras de células de peixes-zebra, camundongos e humanos, reforçando a relevância do estudo. Agora, os cientistas pretendem investigar se os cânceres se desenvolvem a partir dos RNAs defeituosos ou se eles dão origem a outras proteínas que podem causar câncer.

A descoberta desse novo mecanismo celular abre uma janela de oportunidades para a pesquisa em tratamentos mais eficazes contra o câncer, possibilitando um prognóstico mais preciso e, quem sabe, a cura.

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