Desaparecidos no Congo: a crise humanitária provocada por chuvas intensas

Chuvas torrenciais no Congo: milhares de desaparecidos e crise humanitária emergente.

Fustigado por uma tempestade sem precedentes, o leste da República Democrática do Congo enfrenta, desde a semana passada, uma situação humanitária alarmante. Ainda há mais de 5.500 pessoas desaparecidas, de acordo com a mais recente atualização oficial divulgada nesta terça-feira (9).

As fortes chuvas que assolaram a região ceifaram a vida de 411 pessoas, vítimas de deslizamentos de terra e inundações súbitas. Os vilarejos de Bushushu e Nyamukubi, localizados no território de Kalehe, na província de Kivu do Sul, foram os mais atingidos. Thomas Bakenga Zirimwabagabo, governador de Kalehe, informou que ainda contabilizam 5.525 desaparecidos.

O último final de semana foi marcado por cenas dolorosas. Equipes de resgate se viram obrigadas a enterrar os mortos em valas comuns, muitos deles mulheres e crianças. Essa decisão gerou protestos entre os habitantes locais, que lamentaram a falta de dignidade nos rituais de despedida de seus entes queridos.

A Cruz Vermelha, uma das principais forças de apoio no local, denunciou a escassez de suprimentos e equipamentos para socorrer os mais de 8.800 residentes afetados. Muitos deles, agora desabrigados e traumatizados, testemunharam um dos episódios mais mortíferos que a história recente do país já registrou.

A violência das chuvas causou a ruína de edificações e residências, além de arrasar com plantações inteiras. Ainda na noite de segunda-feira, uma comitiva governamental desembarcou na região, trazendo consigo mantimentos e barracas para os sobreviventes. Inúmeros desabrigados têm buscado refúgio com familiares ou em edifícios públicos, situação que vem agravando a superlotação desses espaços.

Este desastre natural reitera a vulnerabilidade de nações cujo planejamento urbano e infraestrutura não estão à altura dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. As inundações no Congo são o mais recente exemplo disso, ilustrando de forma cruel a urgência de políticas mais robustas e eficazes de enfrentamento a esses fenômenos.

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