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Gripe aviária: uma nova pandemia pode estar a caminho?

Foto: Tarciso Morais / CPN-News

Especialistas monitoram a gripe aviária e alertam para o risco de uma nova pandemia global.

Quase 15 anos após a pandemia da gripe H1N1, a comunidade científica mantém os olhos abertos para uma nova epidemia global.

O vírus influenza da gripe aviária, que afeta principalmente as aves, possui subtipos de alta e baixa patogenicidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o vírus de baixa patogenicidade causa doenças leves em aves, enquanto o de alta patogenicidade, como os subtipos H5 e H7, provoca doenças graves e se espalha rapidamente.

Aves migratórias são a principal forma de disseminação do vírus entre países. Embora a maioria dos vírus influenza em aves não infecte humanos, algumas cepas representam uma ameaça à saúde pública. O contato direto ou indireto com animais infectados, bem como o manuseio de aves contaminadas, são fatores de risco.

A gripe aviária, quando transmitida a humanos, pode causar desde infecções leves com febre e tosse até pneumonia grave e risco de morte. Entre 2003 e 2023, a OMS registrou 874 casos e 458 mortes por influenza H5N1 em 23 países. Além disso, foram relatados casos de infecção pelas cepas H5N6 e H5N8.

Em dezembro de 2014, a gripe aviária foi detectada nas Américas pela primeira vez, e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) emitiu um alerta sobre a disseminação do vírus em aves na região. O pesquisador José Eduardo Levi, da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o vírus está circulando mais, afetando aves domésticas, selvagens e mamíferos.

Foto: Tarciso Morais / CPN-News

A OPAS destaca a importância do controle da infecção em aves para reduzir o risco para humanos e recomenda que os países reforcem a vigilância da gripe sazonal e zoonótica. No fim de março, o Chile registrou seu primeiro caso humano de infecção pelo vírus H5N1.

A presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Helena Lage Ferreira, explica que o aumento da circulação do vírus está associado às mudanças genéticas do vírus. A maior preocupação é que o H5N1 adquira maior competência para a transmissão entre humanos, o que ainda não aconteceu.

O risco para a saúde pública do vírus influenza é avaliado periodicamente pela OMS, que coordena a vigilância global e a resposta a surtos de influenza. Pesquisadores estimam que o H5N1 pode causar uma nova pandemia de gripe caso ocorram rearranjos no genoma do vírus, o que pode ser influenciado pelo aumento da transmissão.

O surgimento de doenças infecciosas e os recentes surtos de agravos com origem em animais ressaltam a importância do monitoramento das diferentes espécies e do contato mais próximo com a vida selvagem.

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