Pesquisa revela potencial de inovador adesivo de pele no combate à alergia alimentar mais comum entre crianças nos EUA.
A DVB Technologies, uma empresa francesa de biotecnologia, está desenvolvendo um revolucionário adesivo de pele, chamado Viaskin, que pode trazer esperança para crianças com alergias severas a amendoim. O adesivo atua por meio de imunoterapia, expondo gradativamente as crianças alérgicas a quantidades mínimas de proteína de amendoim, o que permite que o sistema imunológico se acostume com o alimento.
Os resultados do estudo clínico mostraram que após um ano de uso diário do adesivo, cerca de dois terços das crianças testadas apresentaram uma diminuição considerável na sensibilidade ao amendoim. Além disso, essas crianças conseguiram ingerir de um a quatro amendoins sem experimentar reações alérgicas.
Dr. Alkis Togias, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, enfatiza que a meta da imunoterapia é evitar reações graves que possam ocorrer se a criança acidentalmente consumir algo que contenha amendoim.
O Viaskin ainda aguarda aprovação da FDA (Food and Drug Administration, órgão americano equivalente à Anvisa no Brasil). No entanto, as perspectivas são positivas. “Acredito que será uma grande conquista”, diz Togias.
De acordo com a Food Allergy Research and Education (FARE), cerca de 2% das crianças americanas são alérgicas a amendoim, sendo essa a alergia alimentar mais comum entre crianças e a terceira mais comum entre adultos. Na maioria dos casos, essa alergia persiste até a idade adulta.
O principal pesquisador do estudo, Dr. Matthew Greenhawt, observou que “Atualmente, não existem tratamentos aprovados pela FDA para crianças menores de quatro anos”.
Além do adesivo Viaskin, cientistas na Califórnia estão pesquisando uma tecnologia de nanopartículas que pode tratar e prevenir alergias a amendoim. Esta tecnologia já demonstrou capacidade de atenuar sintomas de alergia grave a amendoim em camundongos, segundo a universidade.