A saúde do Papa está, frequentemente, sendo alvo de especulações, colocando em evidência a possibilidade de renúncia.
Nesta quarta-feira ensolarada, 7 de junho, em Roma, o Papa Francisco, aos 86 anos, enfrentará um cenário que muitos fiéis rezavam para evitar.
Seguindo para a mesa de operação em caráter de urgência, o pontífice argentino se prepara para uma cirurgia sob anestesia geral, com o objetivo de afastar a sombra ameaçadora de uma obstrução intestinal.
O anúncio foi feito por Matteo Bruni, porta-voz da Santa Sé, que detalhou que a intervenção é “imperativa”, dada a piora dos sintomas apresentados pelo líder da Igreja Católica. A estadia de Francisco no hospital universitário A. Gemelli, local escolhido para a operação, se estenderá por “vários dias”.
Após conduzir a audiência geral na Praça de São Pedro, diante de um mar de fiéis, o Santo Padre foi encaminhado ao hospital, onde será realizado o procedimento cirúrgico: uma laparotomia e uma cirurgia plástica da parede abdominal com prótese.
A laparotomia, para os menos familiarizados com os jargões médicos, envolve a abertura da cavidade abdominal.
A operação foi planejada nos últimos dias pela equipe médica do Papa, e se tornou necessária devido a uma hérnia incisional, causadora de síndromes obstrutivas recorrentes e intensamente dolorosas, que vinham se agravando.
A relação de Francisco com o hospital Gemelli vem de longa data. Em julho de 2021, o Papa ficou quase dez dias internado no mesmo lugar para uma cirurgia no cólon, cuja anestesia deixou sequelas. Em março passado, voltou a se internar no local para tratar uma infecção respiratória.
As questões de saúde do Papa têm gerado especulações acerca de uma possível renúncia. Apesar de já ter mencionado tal possibilidade, Francisco afirmou recentemente que não tem planos nesse sentido. Enfrentando desafios de saúde, mas não se curvando a eles, o Papa mantém sua agenda de viagens, com planos de visitar Lisboa, Mongólia e Marselha nos próximos meses.
O desfecho da cirurgia desta quarta-feira trará um novo capítulo à história de superação e resiliência de Jorge Bergoglio, o Papa que enfrenta dores crônicas, mas nunca deixa de se mover.
A cadeira de rodas e a bengala podem ser suas companheiras, mas é sua fé que o impulsiona a seguir em frente. Aos fiéis, resta orar pela pronta recuperação do seu líder.