Aplicativo racista gera indignação e motivou Ministério Público Federal e Ministério da Igualdade Racial a investigar o caso.
Causando indignação e revolta, um aplicativo intitulado “Simulador de Escravidão” gerou forte repercussão na internet. O jogo, que estava disponível na Play Store, foi removido após denúncias públicas de seu conteúdo racista. Apesar da remoção do jogo, tanto o Ministério da Igualdade Racial (MIR) quanto o Ministério Público Federal (MPF) afirmaram que irão apurar o caso.
Diante da situação, o MPF solicitou ao Google a elaboração conjunta de medidas que impeçam a proliferação de discursos de ódio, intolerância e racismo nas plataformas digitais. Essa ação busca garantir um controle mais efetivo para evitar que tais conteúdos sejam disseminados sem moderação.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) também cobrou explicações do Google. A promotora Maria Fernanda Balsalobre Pinto, integrante do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi), instaurou a Notícia de Fato.
No jogo denunciado, usuários assumiam a posição de proprietários de escravos, representados por personagens negros. Maria Fernanda solicitou ao Google informações sobre a remoção do aplicativo, bem como dados e documentos referentes ao pedido de aprovação feito pelo desenvolvedor do jogo.
Conforme informações divulgadas nas redes sociais, o jogo teria sido baixado mais de mil vezes na loja do Google e continha comentários de usuários que faziam apologia ao ódio racial. O aplicativo foi desenvolvido por uma empresa conhecida como Magnus Games.
O Gecradi demandou ainda acesso ao e-mail cadastrado pelo responsável pelo jogo, além de informações sobre a política de autorização para publicação de aplicativos no Google Play.
Por sua vez, o MIR informou que agendou uma reunião com a área de responsabilidade do Google, visando estabelecer uma moderação de conteúdo antirracista.
Em comunicado, o Google reafirmou seu compromisso em seguir um conjunto robusto de políticas que visam garantir a segurança dos usuários, e frisou que não permite aplicativos que promovam violência, incitem ódio racial ou que retratem atividades perigosas gratuitamente.