PUBLICIDADE

Revelações sobre a Lua: origem das crateras pode surpreender

Foto: Tarciso Morais / CPN-News

Novas pesquisas sugerem que planetesimais, e não asteroides, são responsáveis pela formação das grandes crateras lunares.

Anteriormente acreditava-se que as bacias lunares, crateras com mais de 300 km de diâmetro na Lua, eram formadas pelo impacto de asteroides.

No entanto, novos estudos conduzidos por pesquisadores do Observatório Nacional e de outras instituições apontam para a possibilidade de que planetesimais sejam os verdadeiros responsáveis.

Estima-se que a Lua possua aproximadamente 50 bacias, formadas por impactos de objetos com 10 a 30 km de diâmetro. A hipótese inicial apontava que esses objetos seriam asteroides, provenientes de um grupo de pequenos corpos localizados na parte interna do atual Cinturão de Asteroides.

Contudo, o novo estudo mostra que as bacias podem ter sido formadas por planetesimais, fragmentos rochosos remanescentes da formação dos planetas, que permaneceram a até 1,5 unidade astronômica do Sol por milhões de anos.

Os pesquisadores utilizaram um modelo dinâmico para determinar a taxa de impacto em planetas rochosos e na Lua a partir de asteroides, cometas e planetesimais. Também levaram em consideração a migração dos planetas gigantes e as colisões nos grupos de objetos nos modelos.

Foto: Tarciso Morais / CPN-News

As simulações indicaram uma probabilidade de até 35% para a formação da bacia lunar Imbrium há 3,9 milhões de anos, o que pode explicar também a formação de outras duas bacias menores.

O modelo revelou ainda que o impacto de 20 objetos com mais de 10 km de diâmetro há até 3,5 bilhões de anos atrás é compatível com as camadas de esférulas do período Arqueano tardio.

Fernando Roig, vice-diretor do Observatório Nacional e um dos autores do estudo, estima que, quando a Lua se formou, havia quase 400 mil corpos com mais de 10 km de diâmetro, equivalendo a uma massa total de planetesimais de cerca de 0,015 massas terrestres.

Roig afirma que esses objetos devem ter formado centenas de bacias de impacto na superfície lunar, sendo que apenas 50 são observadas atualmente. As bacias formadas antes de 4,35 a 4,41 bilhões de anos provavelmente desapareceram devido a processos geológicos.

Os autores destacam que as novas descobertas têm implicações importantes para a compreensão do início da evolução do Sistema Solar, restringindo os modelos de evolução dinâmica primordial dos planetas. Os resultados dos estudos foram publicados nas revistas The Astrophysical Journal Letters e Icarus.

Tópicos
Compartilhe

Veja também

PUBLICIDADE