Promessas de um regime mais progressista e inclusivo são desmascaradas diante de relatos de tortura e repressão.
Apesar de apresentar uma imagem reformada e progressista após a tomada de poder no Afeganistão em 2021, o Talibã tem sido acusado de violações de direitos humanos e de reprimir a liberdade de imprensa.
Sobreviventes de tortura e espancamentos relatam suas experiências, enquanto grupos de direitos humanos denunciam a perseguição a minorias e ex-funcionários do governo.
No passado, o Talibã prometeu não retaliar contra seus inimigos políticos, mas essas promessas foram esquecidas. O grupo impôs uma interpretação estrita da lei islâmica, incluindo punições corporais brutais como execuções públicas, açoitamento e amputações.
Um relatório recente do relator especial da ONU sobre direitos humanos no Afeganistão, Richard Bennett, revela que mais de 180 pessoas foram açoitadas entre novembro de 2022 e janeiro de 2023 por crimes como roubo e violação de códigos de comportamento social.
O relatório de Bennett também aponta que a violação sistemática dos direitos humanos de mulheres e meninas no país se agravou desde sua apresentação inicial e acusa o Talibã de usar “medo e políticas repressivas” para controlar as comunidades.
A mídia afegã enfrenta sérias restrições, dificultando a responsabilização do Talibã por suas ações. Desde agosto de 2021, foram registrados 245 casos de violação de direitos contra a imprensa, incluindo 130 casos de detenção.
Jornalistas locais sofrem perseguições, ataques e detenções, fazendo com que temam falar ou publicar algo que contradiga a mensagem do Talibã.
A comunidade internacional e organizações de direitos humanos continuam a acompanhar a situação no Afeganistão e a denunciar as violações cometidas pelo Talibã.