Presidentes dos clubes manifestam preocupações com a exploração de suas marcas em programas de entretenimento sem compensação financeira.
A TV Globo, já envolvida em uma batalha legal com o Flamengo relacionada ao jogo interativo Cartola FC, enfrenta potencialmente mais turbulências. Seu uso recente das marcas dos clubes da Série A no programa Futebol Fantasia tem levantado preocupações.
No domingo, 14 de maio, a emissora veiculou um anúncio promovendo a nova temporada do Futebol Fantasia, um programa que coloca os mascotes de 17 clubes da Série A e quatro técnicos em uma série de desafios em um Hotel Fazenda.
O programa, que oferece uma mistura de diversão e entretenimento através de uma variedade de atividades, parece inocente. No entanto, alguns líderes de clubes de futebol estão preocupados com a exploração gratuita de suas marcas.
Um presidente de um clube da Série A, que optou por não se identificar, expressou suas preocupações, alegando que as mudanças estão chegando. “À medida que os clubes adotam o modelo SAF, tornando-se empresas em vez de associações, eles buscarão lucro. Se nossa marca está sendo usada, é natural que devamos ser compensados por isso”, disse ele.
Essas preocupações são validadas pela presença de patrocinadores importantes que financiam tanto o Cartola FC quanto o Futebol Fantasia. Os clubes alegam que a existência desses programas é impulsionada pelas marcas dos clubes e por milhões de torcedores em todo o país.
É um argumento que ganha mais força quando comparado ao cenário esportivo internacional. Na Europa ou nos Estados Unidos, é improvável que uma emissora pudesse usar as marcas dos clubes da NBA ou da Champions League em um projeto similar sem compartilhar os lucros.
A questão sobre o uso e a compensação de marcas de clubes em programas de entretenimento é, portanto, um tema cada vez mais relevante no cenário esportivo brasileiro.