Afeganistão: entenda o que está acontecendo e o que vem a seguir

Após 20 anos de guerra, as tropas americanas deixaram o Afeganistão, possibilitando que o grupo extremista Talibã reassumisse o poder.

O presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, anunciou recentemente a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, país de maioria islâmica situado na Ásia.

A retirada rápida da força militar americana do Afeganistão abriu espaço para que o grupo extremista Talibã reassumisse o controle do país.

Assim que os soldados e poderio militar norte-americanos deixaram o país, os combatentes do Talibã invadiram a capital Cabul e renderam o governo.

O grupo extremista já havia controlado o país por um período de cinco anos, entre 1996 e 2001, após um período de vários conflitos envolvendo a extinta União Soviética, os Estados Unidos e tribos afegãs.

Por que os EUA deixaram o país?

Segundo o presidente norte-americano, Joe Biden, a decisão de abandonar os conflitos no Afeganistão após 20 anos de campanha militar partiu dos anseios da população do seu país.

Planos para a retirada de tropas do Afeganistão já circulavam na Casa Branca há algum tempo.

Entretanto, a forma como se deu a retirada dos soldados de solo afegão trouxe a mais severa das consequência aos cidadãos daquele país, que é a volta do Talibã ao poder.

Estima-se que os 20 anos de conflito custaram cerca de 978 bilhões de dólares aos cofres públicos dos Estados Unidos.

Quem são os Talibãs?

O grupo extremista Talibã surgiu como uma força político-religiosa a partir do fim da década de 1980, em que conflitos entre tribos explodiram no Afeganistão.

De um lado, grupos financiados pela extinta União Soviética e, do outro, grupos financiados pelos Estados Unidos.

As duas potências globais estavam travando a chamada Guerra Fria, e o território afegão era estratégico.

O Talibã foi um dos grupos financiados pelos EUA na luta armada, mas se fortaleceu tanto que, ao ver a primeira oportunidade, subjugou outros grupos armados e tomou o controle do país no ano de 1996.

O governo imposto pelos Talibãs à época foi marcado por extremismo religioso e censura, principalmente contra mulheres.

Segundo a linha extremista do islã que é defendida pelo grupo, as mulheres não podem ter os mesmo direitos que os homens, sendo impedidas de estudar, trabalhar e até sair na rua sem a permissão e companhia de um homem.

Além disso, quando saem de casa precisam cobrir todo o corpo, usando vestimentas como a burca.

O que vem a seguir e o que representa o novo governo do Talibã

Ainda não se sabe ao certo como será o novo governo do Talibã no Afeganistão.

Segundo o porta-voz do grupo, Suhail Shareen, os extremistas pretendem governar pacificamente, mas segundo “os valores e a tradição islâmica”.

Porém, os cidadãos afegãos, sobretudo mulheres e aliados dos Estados Unidos, estão preocupados e descrentes no que diz respeito às supostas boas intenções do grupo.

Outra fonte de preocupação é a de que o grupo transforme o país em um parque de treinamento terrorista.

Analogamente, é interessante lembrar que o Al-Qaeda, organização terrorista responsável pelos ataques de 11 de Setembro, teve grande apoio no Afeganistão.

O líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, se refugiou e reuniu combatentes para a sua causa em território afegão.

Mas ainda segundo o porta-voz do Talibã, o mundo não precisa se preocupar, pois o grupo não pretende atuar com terroristas.

Um dos primeiros esforços governamentais do grupo extremista foi mudar o nome do país para Emirado Islâmico do Afeganistão.

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