Descoberta de três nuvens de gás com composição química específica indica a existência de estrelas formadas há 13,5 bilhões de anos.
Pela primeira vez, astrônomos identificaram sinais das primeiras estrelas do universo ao detectar três nuvens de gás com a composição química esperada após a explosão de estrelas que nasceram há 13,5 bilhões de anos.
Os resultados foram publicados no The Astrophysical Journal.
De acordo com modelos cosmológicos, as primeiras estrelas eram formadas apenas por hidrogênio e hélio, possuíam dezenas ou centenas de vezes mais massa que o Sol e explodiam rapidamente, espalhando novos tipos de gases pelo cosmos.
As estrelas dessa população inicial não existem mais, e poucas evidências de sua existência foram encontradas pelos astrônomos. Uma solução para esse problema é buscar pelos elementos químicos dispersos após as explosões.
As primeiras supernovas foram responsáveis pela distribuição de elementos mais pesados, como carbono, oxigênio e magnésio, uma vez que essas estrelas conseguiram fundir hidrogênio e hélio para formá-los. No entanto, ao contrário das gerações posteriores de estrelas, elas não podiam fundir elementos como ferro.
Os cientistas utilizaram o instrumento X-shooter do Very Large Telescope (VLT) para observar luzes de quasares que viajaram bilhões de anos até chegarem à Terra.
Esses feixes de luz interagiram com algumas nuvens de gás no caminho, e, ao estudar o espectro das luzes dos quasares, os pesquisadores determinaram que três nuvens de baixa metalicidade (compostas basicamente por hidrogênio, hélio e um pouco de carbono e outros elementos mais leves que o ferro) alteraram a luz.
A descoberta, segundo Stefania Salvadori, professora associada da Universidade de Florença e coautora do estudo, “abre novos caminhos para estudar indiretamente a natureza das primeiras estrelas, complementando totalmente os estudos de estrelas em nossa galáxia”.