Grupo criminoso trocou etiquetas de bagagens de turistas por malas contendo drogas; Polícia Federal investiga o caso e busca liberar as vítimas.
Em um evento que transformou uma viagem de turismo em um pesadelo internacional, Jeanne Paolini e Kátyna Baía, duas brasileiras, foram detidas na Alemanha após terem suas bagagens trocadas por malas contendo drogas.
O incidente ocorreu em março deste ano e, desde então, as vítimas estão presas em Frankfurt, em condições descritas como “desesperadoras”, segundo Luna Provázio Lara de Almeida, advogada que as representa.
Conforme apurado pela Polícia Federal, Jeanne e Kátyna partiram do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (GO), com escala no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Foi neste último que um grupo criminoso trocou as etiquetas de suas bagagens por malas carregadas com drogas.
As vítimas negam envolvimento no crime, e a Polícia Federal aponta evidências que corroboram sua inocência, já que elas não se enquadram no perfil típico das chamadas “mulas do tráfico”.
Na semana passada, uma operação foi realizada para combater o tráfico internacional de drogas através da troca de bagagens em aeroportos. Em São Paulo, seis mandados judiciais de prisão temporária foram cumpridos contra funcionários de empresas terceirizadas que atuam no aeroporto em nome das companhias aéreas.
Segundo as investigações, o grupo criminoso enviou 40 quilos de cocaína à Alemanha utilizando esse método.
Casadas, Jeanne e Kátyna aguardam ansiosamente a solução de seu caso, que envolve autoridades brasileiras e alemãs. A Justiça alemã iniciou o processo de análise para a liberação das brasileiras, e a Polícia Federal informa que o assunto está sendo tratado pela Embaixada brasileira em Berlim. A audiência de custódia ocorreu no dia 5 de abril.
Entretanto, segundo a advogada das vítimas, as autoridades alemãs desejam acessar as provas por meio do Ministro da Justiça do Brasil e do Itamaraty, responsável pela documentação relacionada a cidadãos presos no exterior. Até que isso ocorra, Jeanne e Kátyna permanecem detidas.
Luna Provázio Lara de Almeida afirma que, embora as autoridades alemãs estejam cientes da gravidade da situação, elas se mostram mais burocráticas e rígidas em relação ao caso.