Escritora vai ao tribunal na China pela liberdade de congelar seus óvulos

Desafiando normas tradicionais: Teresa Xu, escritora chinesa, leva sua batalha pelos direitos de reprodução assistida ao tribunal.

Numa última tentativa de fazer valer seus direitos reprodutivos, Teresa Xu, escritora chinesa de 35 anos, apresentou seu apelo final na terça-feira (9) em um tribunal de Pequim.

Em 2019, ela teve negado pelo Hospital de Obstetrícia e Ginecologia de Pequim seu direito ao congelamento de óvulos, um procedimento cada vez mais comum em muitas partes do mundo.

A batalha de Xu surge num momento delicado, em que a abertura das autoridades para permitir que mulheres solteiras tenham acesso a tecnologias reprodutivas começa a mostrar sinais de retrocesso. Esta resistência vai contra uma crescente demanda por mais flexibilidade na legislação, que ainda atrela direitos reprodutivos ao estado civil da mulher.

A repercussão do caso de Xu tem sido grande, e ela acredita que sua luta é de suma importância para todas as mulheres solteiras. “Acho que isso deu alguma esperança às pessoas, então quero continuar”, afirmou a escritora aos jornalistas, ao sair do tribunal após a sessão.

O veredicto, entretanto, não será anunciado prontamente. Devido à quantidade considerável de material apresentado ao tribunal, o advogado de Xu informou que a decisão levará algum tempo.

Na China, o acesso a tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV) e a preservação de óvulos, é um desafio para mulheres solteiras, devido à norma que estabelece o casamento como pré-requisito para tais procedimentos.

No entanto, com a preocupação crescente em relação ao rápido envelhecimento da população chinesa, alguns conselheiros governamentais propuseram em março que mulheres solteiras deveriam ter acesso a esses tratamentos. Resta ver se a batalha de Teresa Xu será um marco na conquista desses direitos.

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