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Explosão no uso de vapers: Brasil registra aumento significativo no consumo de cigarros eletrônicos

Foto: Mauro Grigollo/Getty Images

Apesar da proibição pela Anvisa, o uso de dispositivos de fumar eletrônicos cresce no país, levantando preocupações sobre a saúde pública.

Mesmo com a proibição desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil vem observando um crescimento expressivo no consumo de cigarros eletrônicos, conhecidos popularmente como “vapers”. Esses dispositivos, apesar da ilegalidade, são comercializados no mercado negro.

Dados recentes apresentados pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) indicam que aproximadamente 2,2 milhões de adultos no Brasil (1,4% da população) admitiram ter usado cigarros eletrônicos no mês anterior à pesquisa. Comparativamente, no primeiro levantamento realizado pelo Ipec em 2018, apenas 0,3% da população, ou menos de 500 mil consumidores, afirmavam o uso desses dispositivos.

O estudo mostra ainda que cerca de 6 milhões de adultos fumantes já experimentaram o cigarro eletrônico, o que corresponde a um quarto do total de fumantes de cigarros industrializados. Esse número representa um aumento de 9 pontos percentuais em comparação com o ano de 2019.

Os “vapers”, ou vaporizadores e produtos de tabaco aquecido, são muitas vezes vistos como menos prejudiciais, sob a justificativa de que não possuem substâncias tóxicas como monóxido de carbono e alcatrão, resultantes da combustão do tabaco. No entanto, tais aparelhos não são inofensivos à saúde.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) alerta que os níveis de toxicidade desses dispositivos podem ser tão nocivos quanto os dos cigarros convencionais, uma vez que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas disfarçam os efeitos danosos. Entre essas substâncias tóxicas, incluem-se metais pesados como chumbo, ferro e níquel, de acordo com o Ministério da Saúde.

Outra ameaça ligada especificamente ao uso dos cigarros eletrônicos é uma doença pulmonar conhecida como Evali, acrônimo em inglês para “lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping”.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os sintomas respiratórios da Evali incluem tosse, dor no peito e falta de ar. Sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia, e sintomas inespecíficos, como febre, calafrios e perda de peso, também são comuns.

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