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Pássaros venenosos: pesquisadores fazem descoberta na Nova Guiné

Foto: Reprodução / Galileu

Estudo revela duas novas espécies de pássaros com neurotoxinas e o ressurgimento de uma ave considerada extinta há 140 anos.

Aves venenosas são um fenômeno raro na natureza, mas pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, descobriram recentemente duas novas espécies com essa característica na floresta tropical da Nova Guiné.

Além disso, outra equipe encontrou uma ave que se acreditava extinta há 140 anos.

Knud Jønsson, do Museu de História Natural da Dinamarca, explicou que as espécies Pachycephala schlegelii e Aleadryas rufinucha possuem neurotoxinas em suas penas.

Os cientistas ainda estão investigando se essas aves produzem as toxinas ou as absorvem do ambiente. O estudo foi publicado no jornal “Molecular Ecology”.

A toxina encontrada nas aves é a batracotoxina, que pode causar cãibras musculares e parada cardíaca em altas concentrações. Essa neurotoxina também está presente em rãs venenosas douradas da América Central e do Sul.

Foto: Reprodução / Galileu

Os pesquisadores analisaram mutações genéticas nas aves, buscando entender se elas não se autointoxicam, assim como as rãs.

Kasun Bodawatta, coautor do estudo, afirmou que as aves possuem mutações na área que regula os canais de sódio, mas não exatamente nos mesmos lugares que as rãs. Isso sugere uma evolução convergente, onde organismos de diferentes linhas evolutivas desenvolvem adaptações similares devido a condições de sobrevivência parecidas.

Essa descoberta ajuda a entender melhor as aves da Nova Guiné, além de outras espécies resistentes às toxinas que as utilizam como defesa.

Em outra parte da Nova Guiné, a ONG Re:wild encontrou uma espécie de ave considerada extinta há 140 anos. O faisão-pombo-de-pescoço-preto foi avistado pela última vez em 1882, e agora reapareceu na natureza em Papua-Nova Guiné.

John C. Mittermeier, diretor do Programa de Aves Extintas da American Bird Conservancy, descreveu o momento como “encontrar um unicórnio”.

Os pesquisadores estão agora estimando o tamanho da população dessa ave e buscando estratégias de conservação. Além disso, pretendem investigar a possibilidade de outras espécies declaradas extintas ainda existirem em regiões remotas da Terra.

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