Tumulto em evento de caridade no Iêmen deixa 78 mortos e centenas de feridos

O tumulto ocorreu em meio à guerra civil e à crise humanitária que assola o país há mais de oito anos.

Pelo menos 78 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em um tumulto ocorrido durante um evento de caridade na capital do Iêmen, Sanaa, na quarta-feira (20).

O país enfrenta uma guerra civil entre sunitas apoiados pela Arábia Saudita e forças xiitas Houthi apoiadas pelo Irã há mais de oito anos, em um conflito classificado pela ONU como uma das maiores crises humanitárias do mundo.

O tumulto começou quando empresários locais distribuíam presentes em uma escola para marcar o mês sagrado muçulmano do Ramadã.

O Ministério do Interior controlado pelos Houthi culpou a Arábia Saudita pela tragédia e acusou Riad de provocar uma grave crise humanitária ao impor um bloqueio ao país.

Testemunhas relataram que os milicianos Houthi tentaram controlar a multidão, inclusive disparando tiros para o ar, mas não obtiveram sucesso.

O movimento xiita acusou os organizadores do evento de realizar uma “distribuição aleatória” de fundos sem a devida coordenação com as autoridades.

O Ministério do Interior informou que dois empresários foram presos e uma investigação foi iniciada. As autoridades também anunciaram que indenizarão as famílias enlutadas e os feridos no tumulto.

Mohamed Ali al-Houthi, líder do Comitê Revolucionário Supremo Houthi, responsabilizou os “países da agressão EUA-Britânico-Saudita-Emirati e seus aliados” pela tragédia e pediu o fim do bloqueio ao país.

Segundo a ONU, mais de 24 milhões de pessoas no Iêmen, ou 80% da população, necessitam de ajuda humanitária e proteção. Estima-se que quase 400.000 pessoas morreram como resultado direto ou indireto da guerra no Iêmen desde 2015, sendo mais da metade vítimas de fome e cuidados de saúde inadequados.

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